Você vai sorrir daquele jeito.
Vou te ver de longe e talvez nem te reconheça mais. Você vai abrir os braços,
largar a mala, e esperar. Esperar o tão esperado abraço. E mais uma vez eu não
vou acreditar. E você vai me olhar daquele jeito de quem não acredita no que
está vendo, só que dessa vez vai parecer mais surreal ainda. E aquele abraço
vai precisar durar pra sempre pra que a gente esmague dentro dele todo esse
tempo de amargura, incerteza, saudade e “vamos parar de nos falar”. Tudo isso
vai parecer tão pequeno. Vai parecer um grão de areia perto de todo o tempo que
temos juntos para compartilhar a partir de agora.
Então você vai abrir a porta do
carro, ligar o rádio e vamos cantar juntos qualquer música aleatória de alguma
boyband, pensando que poderia ser você ali vivendo de música. Talvez um dia eu
te entrevistasse, numa coletiva de imprensa, e quando me apresentasse nos
reconheceríamos. História digna de filme romântico. Mas nossos parâmetros estão
muito abaixo disso: quisera eu pelo menos estar a alguns metros de distância de
você.
Eu te daria todos os beijos
atrasados, te contaria todas as minhas (novas) histórias mais uma vez só pra
poder rever sua reação de primeiros ciúmes, e depois seguraria na tua mão e
lembraria o quanto nossos corpos costumavam se encaixar. E então o encaixe se
faria novamente, como se tempo e espaço não tivessem nos separado. Nossas mãos
entrelaçadas reformariam nós jamais desfeitos. Olhares trocados perceberiam
sujeiras que nunca saíram. De (a)braços dados nunca mais nos soltaríamos.
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