Era um dia
qualquer de uma semana qualquer e estava eu, com a perna pra cima, bem
esticada, e uma força de alguns newtons agindo contra ela enquanto alguns
gemidos de dor saíam pela minha boca. Isso mesmo, eu estava numa sessão de
fisioterapia. Após mais um longo exercício pra tentar colocar no lugar tudo
aquilo que, na verdade, nunca esteve no lugar, eu perguntei pra minha
fisioterapeuta: beleza, tô aqui, daqui a pouco vou sair por essa porta toda
retinha e com cada osso no seu devido lugar. Mas daqui a uma hora eu tenho
absoluta certeza que vou estar curvada diante do computador e não vou nem
perceber. Então ela disse: é porque você ainda não teve o estalo.
Olha, nessa
vida eu já tive vários estalos. Se fossemos parar pra contar os da minha
coluna, diariamente, são uns 30. Ela viu que fiquei confusa e explicou: estalo
é quando sua postura finalmente se arruma, mas enquanto ele não acontece, a
gente tem que ir educando ela. Ele vai se preparando com o tempo, mas de um
momento para o outro você vai ver que dificilmente vai conseguir ficar curvada
sem se sentir incomodada.
(cá estou eu
curvada digitando esse texto, nesse momento)
E aí fiquei
pensando: quantos estalos a gente tem ao longo da vida? Não me refiro aos
estalos da coluna nem esse que a fisioterapeuta falou, mas falo daqueles que
nos fazem mudar de vez o rumo da nossa vida. Aquele momento em que você reflete
sobre sua vida e vê que não está feliz, e por isso inventa algo revolucionário.
Ou quando você vê que aquele rolo nunca vai ser nada além de um rolo e manda
pra bem longe. Aquele trabalho que você tá enrolando pra fazer até chega o
momento que você senta na cadeira e ele flui.
Às vezes, se
não é por um desses estalos, nossa vida não anda. É compreensível que esperemos
por alguns estalos (eu ainda espero o meu estalo postural), mas também
precisamos agir e começar a compreender que ninguém nos deve nada e tudo que
almejamos depende única e exclusivamente de nós. Tudo bem, se você não tomar
iniciativas o dia e a noite seguirão vindo, as frutas maduras continuarão
caindo do pé e os passarinhos ainda farão cocô em vidros de carros
recém-limpos. Tudo segue fluindo. Mas e nós ficamos ali, inertes a tudo que
acontece sem perceber que por mais que a vida continue a acontecer, ela precisa
de atitudes nossas. Esperar pelos estalos da vida é omitir-se da única
verdadeira obrigação que temos: viver.
Comecei a arrumar a minha coluna no meio da leitura kk. Uma ótima reflexão para tempos parados, sempre a espera do estalo, do momento eureka e da hora que tomaremos coragem para qualquer coisa, sempre a espera de uma força externa para nos tirar da inércia; mal sabemos que a força deve vir de dentro, de nós mesmos. Porque, se não fizermos assim, não vivemos, vegetamos.
ResponderExcluirhahahah é sempre assim, basta uma distração e já ficamos encurvados. Obrigada pelo elogio e, realmente, essa força que nos tira da inércia tem que vir de dentro, mesmo quando já não temos mais vontade de mudar ou tomar iniciativas.
ExcluirVolte sempre!
Beijinhos
Texto maaaravilhoso......muito profunda esta reflexão, mas é tão difícil (até mesmo de imaginar)!!!
ResponderExcluirObrigada!! Realmente é bastante difícil, mas vai da vontade de cada um de sair da mesmice.
ExcluirVolte sempre!
Beijinhos
OLHAAAAAAAAA! ADOREI TEU ESTILO DE POST! faz bem a ideia do que gosto.
ResponderExcluirSou super fã desse estilo meio cronica, onde um fato qualquer faz a gente rodar o mundo inteiro através de reflexões.
Quantos estalos a gente dá na vida? Muitos. E ainda vai dar muito mais
beijo
beinghellz.blogspot.com
AI! Como é bom ler isso ❤ Obrigada pela visita!! Volte sempre pra acompanhar mais um pouco minhas viagens haha
ExcluirBeijos!